domingo, 30 de dezembro de 2018

MAIS UMA - KIT NA MÃO - SS



É cara.
É calor demais.
A viagem é cansativa.
Quase nem dá pra correr.
Por vezes falta água.
Já teve até engarrafamento.
É muita reclamação.
Mas todo ano a gente volta.
Não tem jeito.
Ela é parte da história.
É que não é só correr.
Não é só fazer os 15 km.
Não é "só" vencer a Brigadeiro.
É mais.
É comemorar.
É lembrar que você está ali, no meio da galera.
Tudo junto e misturado.
Pra celebrar.
Viver.
O kit já está nas mãos.
Então...
Vamo que vamo!



domingo, 23 de dezembro de 2018

25ª SÃO SILVESTRINHA - 2018


Numa parceria entre a Equipe 28 de Agosto, o Instituto Educacional Guarda Mirim de Itararé, a Associação Comercial e Empresarial de Itararé e a Prefeitura Municipal, mais uma vez nossa cidade contou com atletas na São Silvestrinha, a versão infanto juvenil de nossa mais importante corrida, a tradicional Corrida Internacional de São Silvestre.

A 25ª edição da São Silvestrinha foi realizada na tarde de ontem, sábado, 22 de dezembro, na pista de atletismo do Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, no Ibirapuera, em São Paulo, contando com a participação de crianças e jovens de todo o país.
A competição tem por objetivo incentivar a prática esportiva e ampliar a base do esporte e promove disputas para categorias dos seis aos dezessete anos, com provas variando de 50 a 800 metros.
Mais do que uma competição esportiva a São Silvestrinha, organizada pela Fundação Cásper Líbero,  é uma festa para as crianças que neste ano desfrutaram de uma área com brinquedos e gincanas.
Todos os participantes, independentemente da classificação, foram premiados com medalhas, e nas provas de 600 e 800 metros, para os atletas de 14 aos 17 anos, houve a premiação para os três primeiros com troféus, entregues pelo bi campeão da São Silvestre, o grande atleta José João da Silva.
Ao todo, Itararé foi representada no evento por 19 atletas.


EQUIPE 28 DE AGOSTO - 100% ITARARÉ!



domingo, 2 de dezembro de 2018

MARATONA DE CURITIBA: 2004 X 2018

Comparações...
No último dia 18 de novembro foi realizada a Maratona de Curitiba e alguns problemas foram apontados pelos participantes que reclamaram via redes sociais.
Pois bem. Os problemas que aconteceram na maratona curitibana vêm sendo também vistos em outras provas: falta de água, "corredores" cortando caminho, falta de itens prometidos no kit, etc.
Temos visto nas redes sociais (e sentido no bolso...) várias reclamações sobre os valores muito altos cobrados para as inscrições nas corridas de rua, e o pouco oferecido pelas organizadoras.
Vamos voltar alguns anos no tempo para ver o quanto evoluímos...
Voltemos precisamente 14 anos, quando da realização da 8ª Maratona Ecológica de Curitiba, no dia 21 de novembro de 2004.
Olhemos algumas partes do regulamento e alguns dados dos resultados daquele ano e comparemos com os da última edição.

Inscrições:
2004
Período - 1º de outubro a 12 de novembro de 2004 - Taxa - R$ 35,00;
Período - 13 de novembro a 20 de novembro de 2004 - Taxa R$ 55,00 (sem direito a alojamento).
Nota - Não havia outras distâncias, apenas os 42,195 km.
2018
Lote 1 - do dia 27/07 até o dia 31/08 - R$ 80,00;
Lote 2 - do dia 01/09  até o dia 12/11 - R$ 90,00.

Kit:
2004
O kit do atleta contém: 01 sacola, 01 manual do atleta, 01 camiseta, 01 boné, 01 número para corrida, 1 vale jantar, 01 chip e 04 alfinetes.

2018
Kit de participação incluí: Camiseta do evento (100% Poliamida), número de peito, Chip eletrônico Descartável, Alfinetes de Segurança, Hidratação (durante e Pós-prova), Medalha de Participação Especial (Pós-prova), Kit lanche Finisher (recebimento após a linha de chegada, composto de frutas, barra de cereal, água, isotônico e sorvete)

Resultados:
2004
Masculino
1º - José Gutemberg Ferreira - 2h17'57"
2º - Claudir Rodrigues - 2h19'16"
3º - Diamantino Silveira dos Santos - 2h19'48"
4º - Eliesio Miranda da Silva - 2h20'32"
5º - Paulo da Silva - 2h21'01"
Feminino
1ª - Ilda Alves dos Santos - 2h44'21"
2ª - Ilaine Wandscheer - 2h45'55"
3ª - Leone Justino da Silva - 2h52'24"
4ª - Rosângela Gavinski - 2h52'48"
5ª - Andriléia do Carmo de Souza - 2h53'40"

Homens concluintes - 1.470         Mulheres concluintes - 210.
279 atletas entre os homens concluíram abaixo das três horas - 18,9%.
No feminino foram oito - 3,8%.
926 (inclusos os sub 3). no masculino fizeram abaixo de 4 horas - 62,9%.
103 mulheres correram abaixo de 4 horas - 49%.

2018
Masculino
1º - Nicolas Kiptoo Kosgei - 2h26'22"
2º - Silvano Lima Pinto - 2h26'36"
3º - Samuel Ribeiro - 2h27'57"
4º - Urias Yostaque de Lima - 2h29'31"
5º - Alessandro Santos - 2h29'58"
Feminino
1ª - Priscilla Lorchima - 2h44'42"
2ª - Dione D'Agostini Chillemi - 2h59'24"
3ª - Adriana Domingos da Silva - 3h02'01"
4ª - Marjorie Barcelos - 3h06'32"
5ª - Conceição Oliveira - 3h07'15"

Homens concluintes - 2.221.          Mulheres concluintes - 523.
60 corredores no masculino completaram em menos de 3 horas - 2,7%
Duas mulheres conseguiram concluir abaixo das três horas - 0,3%.
867 (inclusos os sub 3h) fecharam abaixo de 4 horas na prova masculina - 39%
Entre as mulheres, 82 fizeram abaixo de 4 horas - 15,6%

Premiação:
2018
Elite Masculina e Feminina
1º Colocado - Troféu + R$ 6.000,00
2º Colocado - Troféu +R$ 4.000,00
3º Colocado - Troféu + R$ 3.000,00
4º Colocado - Troféu + R$ 2.000,00
5º Colocado - Troféu + R$ 1.000,00
Faixas Etárias Masculinas e Femininas
1º Colocado - Troféu + R$ 300,00
2º Colocado - Troféu + R$ 200,00
3º Colocado - Troféu + R$ 100,00
4º Colocado - Troféu
5º Colocado - Troféu

2004
Classificação Geral (Masculino e Feminino)
1º Lugar - Troféu + R$ 12.000,00
2º Lugar - Troféu + R$ 6.000,00
3º Lugar - Troféu + R$ 4.000,00
4º Lugar - Troféu + R$ 2.400,00
5º Lugar - Troféu + R$ 1.800,00
6º Lugar - Troféu + R$ 1.440,00

Melhor Marca da Prova - igualada ou superada - R$ 1.000,00
Melhor Marca da Prova - cadeirante - igualada ou superada - R$ 500,00

Categoria (Faixa Etária, cadeirantes e especial) - Masculino e Feminino
1º Lugar - Troféu + R$ 800,00
2º Lugar - Medalha + R$ 600,00
3º Lugar - Medalha + R$ 400,00
4º Lugar - Medalha + R$ 300,00
5º Lugar - Medalha + R$ 200,00
6º Lugar - Medalha + R$ 100,00
7º Lugar - Medalha + R$ 80,00
8º Lugar - Medalha + R$ 70,00
9º Lugar - Medalha + R$ 60,00
10º Lugar - Medalha R$ 50,00

Atleta Mais Idoso (Masculino e Feminino) - Bonificação - R$ 250,00

Largada:
2018
Elite Feminina (somente elite feminina)- 6h55
Elite Masculina (Elite masculina, Geral masculino e feminino, cadeirantes, Def. Visuais, e PNE ) - 7h00
2004
Feminino (todas as mulheres) - 7h00
Cadeirante e Especial - 7h20
Masculino (todos os homens) 7h30

Ainda em 2004:
Transporte Oficial do aeroporto e Rodoferroviária para Retirada do Kit, para os alojamentos, para os hotéis conveniados, para o jantar de massas, para a prova.
Passeio turístico.

Uma breve (bem breve mesmo) análise...
Em 14 anos, a inscrição foi de R$ 35,00 para R$ 90,00, se considerarmos o período até o dia 12 de novembro. O kit, se não contarmos o Premium de 2018, piorou, pois em 2004 o atleta recebia uma boa sacola (porta tênis), camiseta, boné, e, podemos considerar no pacote, passeio turístico e transportes para sua locomoção na capital paranaense.
Nesse mesmo período a premiação encolheu absurdamente. Despencou de R$ 12.000,00 para a metade, R$ 6.000,00, sendo que o segundo colocado em 2004 ganhou os mesmos 6 mil do campeão de 2018, e o sexto colocado em 2004 recebeu mais do que o 5º de 2018.
E nas categorias por faixa etária, então, as performances dos atletas foram muito desvalorizadas. Em 2004 se premiava com pódio e dinheiro até o décimo colocado. Em 2018 somente cinco foram ao pódio, e com dinheiro apenas para os três primeiros. Em 2004 o primeiro de cada categoria recebia R$ 800,00, e na última edição o campeão recebeu R$ 300,00 (prêmio do quarto colocado na categoria por faixa etária em 2004!)
Na prova de 2004 tínhamos 62,9% dos homens concluindo abaixo das quatro horas, e no feminino eram 49%. Esses índices caem para 39% e 15,6% respectivamente.
No sub 3 horas a queda é impressionante: 18,9% dos homens e 3,8% das mulheres tiveram tempos até 2h59min59seg. Já em 2018, esses dados descem para 2,7% e 0,3%.
Se olharmos para os tempos dos cinco primeiros...
O queniano campeão em 2018 não figuraria nem entre os cinco primeiros na edição de 2004. Para se ter uma ideia bem precisa de como estamos caindo em termos de rendimento nas provas de fundo no Brasil, o tempo do campeão de 2018 o classificaria apenas em 21º lugar na prova de 2004. Não podemos dizer que as condições climáticas neste ano foram mais adversas do que em 2004. Bem ao contrário, em 2018 a largada foi mais cedo do que em 2004, e a temperatura não estava alta, chegando a ter uns chuviscos em algumas partes do trajeto. O percurso em 2004 era, talvez, até mais difícil do que o atual. Tinha duas retas intermináveis sob o sol: Avenida Marechal Floriano, que na época seguia até bem próximo do quartel do Boqueirão, retornando pela outra reta, a da Rua Anne Frank.
Ver os resultados daquela edição no link:
http://www.runnerbrasil.com.br/Calendario/2004/1121/Curitiba/Curitiba_M.txt
Aumentou bastante o número de inscritos e concluintes ao compararmos as duas edições. O que é positivo. Porém, verifica-se que o aumento da quantidade vem ocorrendo juntamente com a perda da qualidade. Talvez possamos até dizer que o boom da corrida no país tenha sido um dos causadores da baixa dos resultados. Com o aumento exponencial do interesse pela corrida houve também um olhar mais acurado do mercado para esse "nicho". O mundo da corrida passando do interesse dos governos (prefeituras, estado, federações,...) diretamente para o mercado fez com que se aumentasse o número de participantes e que o desempenho fosse prejudicado.
Isso se explica pelo fato de que aqueles que mais têm condições físicas para a prática do esporte base, que são os jovens da periferia (que brincam de pé no chão, correm atrás de pipa, jogam bola descalço nas ruas), que predominavam naos pódios das corridas "de antigamente", estão sendo "excluídos" do universo das corridas de rua pelo preço abusivo das inscrições. A comparação acima mostra um pouquinho disso.
Os novos praticantes de corrida de rua são muito bem vindos!
É importantíssima a participação. Nosso mundo sedentário clama por isso. É importante que as empresas participem e lucrem com o crescimento dessa modalidade esportiva. Mas ao ficarmos somente sujeitos ao mercado, sem um direcionamento que vise ao interesse de todos, teremos cada vez menos atletas de elite e cada vez mais atletas da elite.
Esta é apenas uma breve comparação, mas basta fazer análises comparativas um pouco mais aprofundadas para percebermos o porquê dos baixos desempenhos de nossos atletas nas provas de resistência.
Um estudo deste na nossa mais importante prova pedestre, a Corrida Internacional de São Silvestre, e em outras competições importantes do calendário do pedestrianismo nacional pode nos mostrar para onde estão "correndo" nossas provas nestes últimos anos.


Melhoramos???