sábado, 12 de setembro de 2020

CICLISTAS DE ITARARÉ FAZEM BONITO EM RIVERSUL

Mais uma história direto do túnel do tempo!
E essa merece ser contada. Foi em setembro de 1994.

A turma do Mountain Bike de Itararé foi prestigiar o Primeiro Enduro de Mountain Bike de Riversul. A galera saiu de manhãzinha daqui e foi pedalando até lá só para assistir a contenda na cidade vizinha. Não iriam participar. Os que tinham a intenção de competir, ou foram na véspera, para pernoitar na cidade, já que a largada seria bem cedinho, ou conseguiram arrumar algum tranporte (prefeitura não ajudava...).
Lá chegando, nossos bikers encontraram, além dos atletas locais, representantes de outras cidades, como Itaporanga, Fartura, Taquarituba, entre outros, que já estavam no local estipulado para a largada, na frente do estádio de futebol da city. De lá os competidores sairiam para enfrentar as estradas de chão e trilhas por dentro das propriedades rurais, chegando até o Bairro dos Padilhas e retornando.

E logo que os organizadores se colocaram à postos para receber as inscrições (naquela época não tinha internet, inscrição por site, etc), começaram os problemas. "Como assim, R$ 3,00 a inscrição?" bradava um dos revoltados. "Não! Nada disso! Vocês não falaram nada de cobrar inscrição no convite que mandaram lá pra nossa cidade!", dizia outro menos exaltado. "Não vamos pagar nada!" emendava outro. Como os responsáveis pela prova não cediam aos apelos e continuavam insistindo na cobrança dos três pilas, o tumulto foi ficando cada vez maior, que lá pelas tantas o grupo de ciclistas se rebelou de vez e deixou o local da largada. 

Reunidos e indignados foram até a praça da cidade, alguns xingando os organizadores. E a nossa galera, que só assistia o rebuliço, foi junto pra ver no que dava aquela treta.

Lá na praça, entre xingamentos, revoltas e tentativas de acalmar os ânimos, o Alexandre (nosso atleta 28 de Agosto) me viu de soslaio, chamou e disse -"Ô professor, ajuda a gente lá". Ele chamou e eu fui... 

Junto com a nossa turma que só estava passeando por lá, e de cabeça fria, tivemos a ideia de fazer uma proposta para os organizadores: - Todos participariam, mas aqueles que pagassem os três reais, caso chegassem nas primeiras colocações levariam além dos troféus, os prêmios oferecidos pelos patrocinadores (dinheiro, bicicleta, micro-sistem, rádio, etc). Já aqueles "mãos de vaca", que se recusassem a pagar os R$3,00, se figurassem entre os primeiros, seriam agraciados apenas com troféus.

Voltamos ao local da largada e anunciamos a proposta.

E não é que os donos da competição aceitaram?

Acordo feito, aproveitamos para incluir mais uma reivindicação: se arrumassem o transporte pra nossa turma voltar para Itararé, a gente engrossaria o número de participantes da prova. 

Aceitaram também. E falaram que no fim da disputa ainda seria ofertado um arroz com frango. Opa!!

Combinado. Quem não estava nem aí pra competir, de repente já começou a se preocupar com os detalhes do percurso, como altimetria, distância, tipo de terreno, etc. Uns pagaram, outros não, e acabamos entrando no páreo.

Dada a largada, "se" atraquemo tudo já na primeira enorme subida dentro da cidade. Saindo do perímetro urbano, a turba foi se espraiando e logo os favoritos despontaram. E lá estávamos nós de Itararé, fazendo bonito entre os líderes.

Mas,... (sempre tem um mas) numa das encruzilhadas, por volta do 15º quilômetro, o caminho correto era à esquerda, só que não havia sinalização, demarcação no chão e ninguém para avisar. Fomos com tudo à direita...

Passados uns 800 metros começamos a perceber a @%&*$@%$ que tínhamos feito (eu e mais uns cinco ou seis bikers) e voltamos até a encruzilhada.

Já no caminho certo, demos o sangue e fomos recuperando posições até terminarmos os 25 km.

O grande campeão foi o Alexandre de Oliveira Jorge, atleta 28 de agosto, daqui de Itararé.

E deu  no que deu. Quem pagou levou troféu e prêmios. Mãos de vaca, só o troféu...

O delicioso e suculento arroz com frango foi servido na Escola Estadual Prof. Lázaro Soares.

Bucho cheio de arroz com frango, viemos que é só dente para Itararé na caçamba de um caminhão.