quinta-feira, 18 de abril de 2013

A LAMBRETA DO ALEXANDRE

Tem corridas que marcam a gente pelo desempenho conseguido, pela melhor marca obtida, ou por algum fato bom ou ruim (como esta última edição da tradicional Maratona de Boston). Mas algumas provas acabam marcando pelo inusitado dos acontecimentos.
Em 15 de março de 2008, ainda com o nome de Equipe Epaminondas, o pessoal foi até Itapirapuã Paulista para participar da Mini Maratona Ariston Ferreira da Silva, num percurso de 14 km muito difícil, de subidas e descidas bem íngremes, cortando as enormes serras da bela região. A nossa equipe fez a festa lá, conseguindo ótimas classificações.
Ganhamos cinco troféus e também premiação em dinheiro. O campeão no masculino foi nosso atleta Flávio, e a campeã no feminino também foi da nossa equipe, a Silmara.
A corrida, como várias provas nas cidades do interior, era realizada na raça pelo pessoal da cidade. A organização foi literalmente "nas coxas", como se diz das coisas feitas no improviso. As inscrições foram feitas numa praça da cidade, com o organizador se arrumando do jeito que dava, atendendo aos atletas no banco mesmo.
 Mas o importante é que a prova saiu, contando com muitos corredores da região sudoeste paulista e também alguns do Paraná.


Depois das inscrições na praça, os atletas seriam levados de ônibus até o Bairro Ribeirão da Várzea, onde seria a largada da prova. Fizemos as inscrições e ficamos na praça descansando e aguardando a hora da largada. Aí é que o inusitado começou a dar o ar da graça. Todos descansando, esparramados pelos bancos da praça de Itapirapuã, e eis que alguém deu por falta do Alexandre. Sumiu o homem!
Alexandre de Oliveira Jorge talvez seja o melhor corredor que já houve em Itararé. Na juventude participava de corridas e tinha potencial para ser atleta de elite. Mas, como muitos no esporte, não deu certo. Ganhou várias provas e conseguiu muitos prêmios, troféus e medalhas, mas, pelo que se sabe, não guardou nada. Era chegado em antiguidades e acabava se desfazendo dos prêmios, sempre trocando por algo. Já veterano, participava das competições representando a Equipe Epaminondas, e sempre fazia bonito, conseguindo diversos pódios na sua categoria. Hoje ainda treina esperando chances de participar das provas. Gosta de correr.
Mas voltemos à Itapirapuã.
O homem tinha sumido. Quase na hora de sermos levados para o local da largada e nada do Alexandre. De repente alguém viu lá longe o nosso atleta vindo arrastando algo.
Era ele. "Do nada" surgiu empurrando uma lambreta velha. Que loucura! Sumiu, todo mundo preocupado, quase perdendo a hora da largada, e o Alexandre vem com essa. Apareceu todo faceiro desfilando pelas ruas da pequena Itapirapuã com sua lambreta.
Enrolou a todos com uma história de que tinha ido numa festa que estava acontecendo na cidade e que ganhara a motoca numa rifa. Como não tínhamos muito tempo para maiores explicações, com o maior esforço do mundo enfiamos a lambreta velha no ônibus e fomos para largada da competição. A "máquina" veio parar em Itararé, e já deve ter sido trocada por alguma coisa.





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