domingo, 7 de agosto de 2011

ITARARÉ: A BATALHA QUE NÃO HOUVE!
Era para ser a mais sangrenta batalha entre os sulistas e os paulistas, e ocorreria na cidade de Itararé, com data e horário previsto. Todos estavam preparados, com suas máquinas de guerra, capacetes, luvas, e demais apetrechos.
Uns vinham do Sul, famosos por serem aguerridos, por não desistirem nunca, por defenderem a todo custo suas cidades e suas tradições. Vinham, como se diz, “com as facas entre os dentes”, com “sangue nos olhos”.
Outros eram provenientes de cidades paulistas, umas próximas à Itararé e algumas mais distantes. Também eram destemidos. Enfrentavam qualquer desafio, tinham a fama de serem estrategistas, pois eram acostumados às duras provas e desafios a que se submetiam em suas cidades.
O confronto era esperado por muitos. Muito alarde fez com que Sul e São Paulo ficassem esperando notícias dos valentes combatentes. Muito se divulgou do embate nos veículos de comunicação.
A cidade de Itararé seria o palco de grandiosa disputa. O provável desfecho de tão esperada batalha poderia mudar definitivamente os rumos dos vencedores e dos perdedores. Muito poderia acontecer em conseqüência de tão importante contenda.
Voltariam os sulistas decepcionados com uma derrota avassaladora, ou seriam os paulistas a chorar, vencidos que fossem?
Todos aguardavam ansiosos. A praça São Pedro, local do início da disputa, era pequena para acomodar tamanha apreensão daqueles que não estavam no “front”. Os que não estavam nas trincheiras aguardavam preocupados com o resultado. Uns roendo unhas, outros andavam de um lado para outro, enfim, todos desesperados aguardando notícias.
Depois de muito tempo de angústia começam a chegar os primeiros combatentes. Vinham com cara feia, com olhos vermelhos, testas franzidas. Alguma coisa muito grave tinha acontecido.
E realmente aconteceu. Foi grave.
Um a um, iam chegando. “Estrebuchando” de raiva.
Não havia sinalização no caminho e todos os combatentes (com exceção dos “mais chegados”) perderam-se no meio do reflorestamento.
Incrível, mas numa prova de mountain bike, disputada entre os vários ciclistas de Itararé e das cidades vizinhas de Sengés, Jaguariaíva, Itapeva, Capão Bonito, dentre outras, os organizadores não tomaram as devidas medidas de sinalização do percurso (e não ouviram os que entendem do assunto) e o resultado foi o caos total. Tiveram de devolver o dinheiro das inscrições. Por sorte, mesmo demorando muito, todos voltaram sãos para Itararé.
O jornalista e escritor Aparício Torelli que já havia caçoado de nossa terra se autodenominando o barão de coisa nenhuma, ou “Barão de Itararé”, deve estar se virando no túmulo ao ver que em Itararé as batalhas não são mesmo para acontecer...

Moral da estória: Entre mortos e feridos, perderam-se todos.

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