terça-feira, 12 de julho de 2011

LEITURAS...
Do que eu falo quando eu falo de corrida
Haruki Murakami
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Claro que foi doloroso, e houve momentos em que, emocionalmente, eu simplesmente queria chutar o balde. Mas a dor parece ser um pré-requisito nesse tipo de esporte. Se não houvesse dor envolvida, quem nesse mundo se daria o trabalho de participar de esportes como o triatlo ou a maratona, que exigem tal investimento de tempo e energia? É precisamente por causa da dor, precisamente porque queremos suplantar essa dor, que conquistamos o sentimento, mediante esse processo, de realmente estarmos vivos – ou ao menos uma sensação parcial disso. A qualidade de sua experiência está baseada não em padrões como tempo ou colocação, mas em finalmente acordar para uma consciência de fluidez que há dentro da própria ação. Quando as coisas transcorrem bem, é claro.

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Uma a uma, enfrento as tarefas diante de mim e as termino do melhor jeito que posso. concentrando-me sempre na passada seguinte, mas ao mesmo tempo adotando uma visão de longo alcance, esquadrinhando o cenário o mais longe possível. Sou, afinal de contas, um corredor de longas distâncias.
Meu tempo, a posição que atingi, minha aparência externa - tudo isso é secundário. Para um corredor como eu, o que realmente importa é atingir o objetivo a que me propus, com minhas próprias forças. Dou tudo de mim, suporto o que for necessário e sou capaz , a meu próprio modo, de ficar satisfeito. Dos fracassos e alegrias sempre tento sair tendo alcançado uma lição concreta.

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